Por Márcia Montarroyos
Negros, brancos, amarelos, não importa a raça ou a cor, a etnia, a classe social e a nacionalidade. Se não somos iguais no recorte cultural, social ou étnico, somos igualmente humanos porque necessitamos dos mesmos direitos que nos torna humanos. O direito à vida, à liberdade, ao alimento, à saúde, à comunicação, ao trabalho, ao lazer, à cultura, à moradia, enfim…
Então, se somos igualmente humanos por termos as mesmas necessidades para viver e ocupar um lugar neste mundo, porque muitos de nós ainda persistem em ficar aprisionados ao preconceito racial e nos distanciar uns dos outros?
Nada pode justificar um ato de preconceito racial e de classe social, seja ele na forma de ofensas verbais, violência física, desemprego ou exclusão social. Nada justifica, a não ser a plena ignorância daqueles que o praticam. Quando uma pessoa afirma que a outra é “insegura no trabalho ou não sabe conduzir suas funções porque é preta e pobre”, por exemplo, não apenas comete um crime perante as leis brasileiras. Ela também comete um ato extremamente desumano, com consequências inimagináveis – às vezes irreparáveis – à vítima.
Isso porque o preconceito, seja ele de que natureza for, destrói o outro e corrói os laços que temos enquanto seres humanos e enquanto sociedade. Ele impede a humanidade de evoluir no caminho da paz, objetivo que há séculos almejamos, mas que sempre esbarra em obstáculos difíceis de ultrapassar, entre eles o preconceito racial e de classe.
Afinal, ele vem de onde menos esperamos, pois povoa todos os ambientes. Está nas instituições políticas e de ensino, no mercado de trabalho, nas famílias, na “justiça”, no espaço comunitário… De tão rotineiro, na maioria das vezes passa despercebido, pois está enraizado em nossa sociedade. Por isso, ofensas são tratados com (absurda) normalidade. Mas precisamos reverter essa situação! A empatia é uma das armas. Colocar-se no lugar do outro que sofre o preconceito.
É inadmissível que, em pleno século XXI, mesmo após grandes avanços sociais no que tange ao combate ao racismo e à pobreza, ainda se permita que uma pessoa seja julgada por outra em razão de ser negra ou por ter menos condições econômicas.
Pelo bem de todos, o preconceito precisa acabar, antes que ele acabe com cada um de nós!
Márcia Montarroyos é porta-voz feminina da Rede/Serra – ES